quinta-feira, setembro 14, 2006

Geração Web 2.0 - Escaldada pela bolha, surge no Brasil a primeira safra de empreendedores profissionais da internet

Por Cristiane Barbieri
Fonte: IstoÉ Dinheiro

A internet amadureceu. Sim, o mundo da rede continua repleto de jovens descolados, que viram madrugadas antes de levar ao ar suas idéias revolucionárias, adoram ambientes de trabalho cheios de estilo e prezam muito qualidade de vida. E, claro, sonham em ficar ricos. Mas a web 2.0, como foi chamada essa nova fase da rede, é a versão melhorada da internet que existiu antes do estouro da bolha, a crise de 1999, quando os investimentos fartos acabaram. Com novos modelos de negócios, facilidade de desenvolvimento de programas, intensa participação do internauta e ferramentas que estimulam seu uso, a web 2.0 começa a movimentar muito dinheiro. Inclusive no Brasil. Também aqui, ela atrai o interesse de investidores profissionais. “Esse movimento já é tão forte no Vale do Silício que alguns se perguntam se já não se trata de uma nova bolha”, diz Fábio Iunis de Paula, diretor de investimentos do fundo IntelCapital. “Mas, desta vez, tanto investidores quanto empreendedores estão mais comedidos e preocupados em não cometer os mesmos erros.” Vale o mesmo para o Brasil. Sem a mesma fartura de recursos, os projetos hoje são desenvolvidos em modelos de negócio rentáveis, com perspectiva de rápido retorno financeiro. (...)

A questão tecnológica, evidentemente, é o coração das mudanças trazidas pela web 2.0. Linguagens específicas do novo movimento, como Ajax e Webscript, estão por trás de sucessos como o site de vídeos YouTube e os novos correios eletrônicos do Yahoo e MSN, prestes a serem lançados. Eles tornaram a internet mais amigável para o internauta, que interage muito com todo tipo de informação. “O Ajax torna a experiência de acessar a web parecida com a que as pessoas têm em seu computador”, diz Alexandre Alvim, presidente da Inova. A empresa foi criada por Alex Panagides para vender serviços de e-mail. E viu sua oportunidade de negócios crescer com as novas linguagens. Isso resultou numa viagem de apresentação da empresa a investidores americanos, em junho. “A grande diferença, agora, é que sabemos o valor que nossa ferramenta pode ter no mercado”, afirma Alvim. Essa, aliás, é outra parte comum do discurso dos novos empreendedores da rede. Todos, é claro, venderiam suas empresas por um preço atraente. Mas eles têm a clara noção de que seus negócios podem valer muito mais no longo prazo. (...)