quarta-feira, março 28, 2007

Mobile payment ainda engatinha no Brasil

Por Murilo Ohl, da Info CANAL
Os bancos brasileiros correm o risco de deixar receitas milionárias escaparem por falta de investimento em soluções de mobile payment. A opinião é de Ricardo Sacramento, ex-presidente da Brasil Telecom GSM, que realizou uma apresentação sobre o tema nesta sexta, dia 23, durante o Info Financial Meeting, que ocorre em Campos de Jordão esta semana. “O mobile payment chegou para ficar e os bancos ainda não participam desse negócio”, diz Sacramento.

Apesar das restrições de segurança apontadas por CIOs das instituições financeiras, Sacramento mostrou que inúmeros modelos de produtos e serviços de mobile banking estão sendo desenvolvidos – tanto no Brasil quanto no exterior. Bancos como BB, Bradesco e Itaú já disponibilizam serviços básicos como pagamentos de títulos, empréstimos e transferências. No entanto, quando se trata de mobile payment, ou seja, a validação de um pagamento via aparelho celular, o Brasil ainda está muito atrasado. “Os bancos precisam entrar nesse negócio”, diz Sacramento. A única instituição que desenvolve um projeto comercial de m-payment é o HSBC, segundo Sacramento.

O que se vê são serviços oferecidos por empresas que viram no m-payment um oportunidade de lucrar. Entre as empresas, as mais conhecidas são a Wappa e a Paggo. “Elas estão aproveitando para ocupar um espaço que os bancos não preencheram”, afirma.

Uma saída para os bancos é procurar modelos de negócios diferentes do esquema de divisão de receita com as operadoras móveis, o chamado revenue sharing. Uma experiência já bastante difundida é o uso da câmera do telefone celular como leitor de códigos de barra para validar preços.

A recomendação final de Sacramento é de que os bancos não devem ignorar a “revolução” do mobile payment. Isso porque a conveniência de realizar uma compra pelo celular é muito alta para o cliente. Ou seja, haverá demanda pelo serviço. Resta saber quem a atenderá.